Ambulantes de Deus, Os
Hermilo Borba Filho
RESENHA

Se você acha que a literatura brasileira é um mero reflexo de nossa sociedade, pense novamente! Ambulantes de Deus, Os, de Hermilo Borba Filho, é um poderoso grito de resistência, uma viagem alucinante pelo universo dos esquecidos e marginalizados. A obra resgata a essência de vidas que vagam pelas ruas, retratando não apenas a fragilidade humana, mas também a força indomável que brota da adversidade.
Neste livro, cada página é uma lufada de ar fresco em meio ao sufocante cotidiano da insensibilidade social. Aqui, Hermilo traz à tona personagens que, como ambulantes, se deslocam entre o sagrado e o profano, entre o amor e a dor. O autor, um verdadeiro mestre da palavra, utiliza sua prosa para tocar e chocar, fazendo o leitor vivenciar a miséria e a beleza que coexistem nas esquinas de nossas cidades.
As opiniões sobre a obra são tão variadas quanto as vozes que ecoam em suas páginas. Muitos leitores se encantam com a profundidade emocional e a capacidade de Borba Filho de criar uma conexão visceral com seus personagens. Outros, no entanto, argumentam que a narrativa pode parecer centrada demais em temas pesados, drenando a leveza que algumas pessoas procuram na literatura. Algumas críticas apontam que a obra, por vezes, se afunda em um pessimismo que pode ser avassalador. Mas é exatamente essa crueza que chama à reflexão e à empatia.
Hermilo Borba Filho, nascido em um contexto de efervescência cultural e social, não hesita em dialogar com a história do Brasil, suas lutas e suas injustiças. Cada personagem, cada cena e cada diálogo tece um panorama que expõe as contradições de uma sociedade que muitas vezes prefere ignorar os que estão à margem. O autor não é apenas um contador de histórias; ele é um porta-voz de vozes silenciadas.
Um dos maiores encantos de Ambulantes de Deus, Os está na habilidade do autor de transformar a dor em arte. Você já sentiu a angústia e a beleza de alguém que se recusa a se conformar? Essa é a essência que permeia a narrativa, nos fazendo sentir, quase fisicamente, as cicatrizes da vida. Prepare-se para se deparar com a fragilidade e a força de seres que, embora despojados de bens materiais, carregam consigo um imenso capital humano.
Não se deixe enganar pela aparente simplicidade das histórias contadas. Hermilo é um alquimista que pega a tragédia e a transforma em lirismo. A dor, para ele, é um campo fértil donde brota a reflexão e a transformação. A obra é um verdadeiro convite à introspecção e à ação, um lembrete para que não fechemos os olhos para os que se encontram em situações semelhantes em nosso cotidiano.
Se você ainda não leu Ambulantes de Deus, Os, o que está esperando? Deixe-se levar por essa viagem emocional que é ao mesmo tempo um chamado urgente para a solidariedade e a compreensão. Sua visão sobre a vida pode nunca mais ser a mesma após se deparar com as histórias desse livro revelador. Se há algo que devemos temer, é a falta de empatia. E Hermilo Borba Filho nos dá todas as ferramentas para reconhecer a humanidade no outro.
📖 Ambulantes de Deus, Os
✍ by Hermilo Borba Filho
🧾 172 páginas
2016
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