Banquetes para Exu, Pombagira e o mestre Zé Pelintra
Odé Kileuy; Vera De Oxaguiã
RESENHA

No coração do Brasil, onde o sagrado se entrelaça com o cotidiano, surge a obra audaciosa Banquetes para Exu, Pombagira e o mestre Zé Pelintra, uma homenagem suculenta e apaixonada à cultura afro-brasileira feita por Odé Kileuy e Vera De Oxaguiã. Cada página é um convite a celebrar a sabedoria dos orixás, um banquete que não alimenta apenas o corpo, mas também a alma. Este livro, com suas 294 páginas recheadas de conhecimento, transforma a gastronomia em um ritual, elevando os pratos ao status de oferendas reverentes.
A obra não se limita a ensinar receitas; ela desvenda a essência de Exu, Pombagira e Zé Pelintra, figuras centrais em um universo místico repleto de histórias, simbolismos e sincretismos. 🍽 Você já parou para pensar na profundidade que há nas comidas que comemos? Cada ingrediente carrega uma história, uma origem e, principalmente, uma conexão espiritual. Aqui, cada banquete se torna uma celebração da cultura afro-brasileira, um remédio contra a invisibilidade, uma resistência contra o apagamento.
Os autores não apenas compartilham a importância dessas divindades, mas também tecem suas vivências pessoais com a religião, abrindo uma janela íntima para a prática e a espiritualidade que permeiam a macumba e o candomblé. Os leitores se deparam com críticas emocionantes e desafiadoras, alternando entre a reverência e a provocação. Em grandes banquetes, você pode sentir o seu próprio paladar sendo desafiado, não apenas por sabores exóticos, mas por ideias que fazem estremecer as estruturas do que consideramos normal.
Os comentários sobre a obra são polarizados; muitos leitores exaltam a riqueza de detalhes e a forma como as receitas são apresentadas como rituais que vão além da cozinha. Outros, no entanto, questionam se a proposta não romanticiza demais uma prática que deveria ser vivenciada com respeito e seriedade. Mas essa é a beleza de Banquetes: ao provocar debate, o livro se transforma em um catalisador de mudanças. Ele te obriga a questionar o que sabe ou pensa sobre a espiritualidade e a tradição.
Ao se aprofundar nessas páginas, você é envolvido numa atmosfera de celebração e resistência cultural. A obra não se limita a ser um livro de receitas; é uma declaração de amor à cultura afro-brasileira, um manifesto contra a marginalização e um convite à reflexão. Os autores flertam com a história - desde os rituais africanos até a diáspora - criando um tecido riquíssimo de tradições que precisam ser mantidas vivas.
Neste livro, o que você vê e sente é um clamor por respeito e valorização. Certa vez, alguém disse que a comida é a memória do povo; e assim, cada prato apresentado reverbera a luta, a alegria e o sofrimento de quem cultiva, cozinha e serve. É um lembrete poderoso de que, ao degustar, você está não apenas preenchendo o estômago, mas também alimentando a memória da ancestralidade que nos sustenta.
Banquetes para Exu, Pombagira e o mestre Zé Pelintra é um convite que você não pode recusar. Mergulhe de cabeça nessa travessia cultural e espiritual, e, quem sabe, ao final, você não saia transformado, com um novo entendimento sobre o que significa celebrar a vida e as suas riquezas? 💫
📖 Banquetes para Exu, Pombagira e o mestre Zé Pelintra
✍ by Odé Kileuy; Vera De Oxaguiã
🧾 294 páginas
2013
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