Blame! - Vol. 7
Tsutomu Nihei
RESENHA

Uma estrutura colossal em um universo apocalíptico, onde a solidão grita e a busca por respostas se transforma em um tormento visceral. Blame! - Vol. 7 é mais do que uma continuidade da obra-prima de Tsutomu Nihei; é uma experiência transmorrida em um mar de incertezas e tecnologia descontrolada. Você se vê imerso em cenários que desafiam a lógica, um mundo em ruínas onde a vida e a morte dançam em um balé macabro, e cada quadrinho é um ato de resistência contra a desumanização.
Neste volume, a narrativa atinge uma profundidade angustiante. A trilha sonora na sua mente se transforma em sons de aço se chocando, gritos abafados e ecos de desesperança. O protagonista, Killy, continua sua busca incansável por um imunizador que garanta a sobrevivência da humanidade. Porém, a jornada de Killy não é apenas física; ela transcende para uma investigação filosófica sobre a própria essência do ser humano em meio a um avanço tecnológico que mais destrói do que cria. A luta pela existência é palpável e faz com que você questione sua própria realidade.
Os leitores se vêem divididos ao mergulhar na complexidade dessa obra. Enquanto uns exaltam a arte impressionante e detalhista de Nihei, outros criticam a narrativa considerada por alguns como enigmática e desconexa. Mas não se engane; essa é exatamente a essência de Blame!. O leitor que busca respostas imediatas terá que abrir mão de suas expectativas tradicionais e se permitir flutuar em um mar de abstrações ricas em simbolismo.
O traço inconfundível de Nihei, elaborado e quase arquitetônico, transporta você para uma metrópole distópica onde a solidão reina, mas a beleza estética nunca é perdida. É um constante contraste que desafia a norma, levando o leitor a sentir tanto o peso do desespero quanto a leveza da arte. As críticas que surgem também apontam para o ritmo da narrativa, que em alguns momentos pode parecer lento. Mas essa pausa é um convite para a reflexão, um espaço para entender a importância do silêncio em um mundo repleto de ruído.
Reviver a saga de Blame! é como revisitar as cicatrizes da nossa sociedade atual, onde a tecnologia se torna um tanto quanto opressora, interagindo com a condição humana em um diálogo tenso. O que Tsutomu Nihei nos oferece é um alerta sombrio sobre o futuro que nos aguarda se não reconsiderarmos nossas escolhas.
Então, se você está pronto para enfrentar o incompreensível e se perder em um labirinto de ideias que desafiam o cotidiano, não hesite em mergulhar em Blame! - Vol. 7. O medo de ficar à margem dessa narrativa envolvente, repleta de dilemas existenciais e críticas ao avanço tecnológico, pode ser o que te motiva a descobrir o que realmente significa ser humano. E, convenhamos, quem não quer entender o reflexo distorcido de si mesmo?
📖 Blame! - Vol. 7
✍ by Tsutomu Nihei
🧾 445 páginas
2017
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