CORPO DITO (OU NÃO)
DISCURSIVIDADES SOBRE HOMOAFETIVIDADE E DITADURA EM NARRATIVAS DE DARCY PENTEADO
Nilton Milanez
RESENHA

CORPO DITO (OU NÃO) não é simplesmente um título: é um chamado visceral às emoções, um convite para adentrar um universo onde homoafetividade e as sombras da ditadura se entrelaçam nas narrativas de Darcy Penteado. O autor, Nilton Milanez, nos provoca a refletir sobre as experiências de um corpo que se ergue, resiste e anuncia suas verdades em um cenário repleto de repressão e silenciamento.
Com maestria, Milanez conecta as vivências de Penteado ao contexto histórico e social do Brasil, trazendo à tona questões tão urgentes quanto atemporais. A obra se despedaça em fragmentos e memórias que ecoam as dores e as alegrias de uma luta ininterrupta pela expressão da sexualidade em tempos sombrios. Os relatos não são meras narrativas; eles são gritos de liberdade, pulsando em cada página, desafiando o leitor a não apenas observar, mas a sentir. 😤
Os leitores são unânimes: a profundidade com que Milanez explora o tema é arrebatadora. É impossível não reavaliar preconceitos, sair da zona de conforto e se confrontar com a realidade de quem vive à margem. A intersecção entre homoafetividade e a brutalidade do regime militar no Brasil é como um punhal afiado que corta o silêncio, expondo feridas que ainda latejam. A ousadia do autor ressoa na crítica social, e muitos se vêem compelidos a revisitar suas próprias convicções. Por outro lado, há quem critique a abordagem direta e incisiva, considerando-a, em certos momentos, um soco no estômago. Mas é exatamente essa intensidade que pode transformar leitores em agentes de mudança.
O pano de fundo, o Brasil dos anos de chumbo, afunda a história em uma atmosfera de tensão e medo. Mas espere! Não se engane achando que o livro se limita a dramatizações solenes. Milanez habilmente entrelaça toques de ironia e deboche, desafiando o leitor a rir diante de um cenário que, à primeira vista, parece não oferecer espaço para o riso. O autor nos ensina que a resistência pode e deve ter suas alegrias, mesmo em tempos difíceis.
A vitalidade de CORPO DITO (OU NÃO) reside na capacidade de iluminar as narrativas que são frequentemente apagadas da história oficial - histórias que, assim como Penteado, nos instigam a questionar e a resistir. Para os que se aventuram na leitura, cada página é uma redentora. Você é empurrado para uma reflexão profunda sobre como as construções sociais e políticas moldam nossas identidades.
O impacto dessa obra é palpável. Ao ler, a sensação é de estar vivendo em um turbilhão de emoções, uma montanha-russa que oscila entre a raiva e a esperança. Não apenas um livro para ser lido, mas um manifesto que desafia o leitor a transformar seus medos em força e compaixão. Cada narrativa não é uma simples história, mas um lembrete poderoso de que é preciso gritar, mesmo quando a sociedade tenta te calar. 🌪
Se você ainda não se deixou envolver por essa obra intensa, prepare-se para um despertar. A resistência não é só um conceito; é um corpo que se afirma, que se diz em alto e bom som, que "a história não vai se repetir em silêncio". Os ecos de Penteado se entrelaçam com a luta de muitos outros, clamando para que não apenas leiam, mas que sintam. A pergunta que fica: você irá se deixar levar por essa onda de descobertas ou permanecerá à margem?
📖 CORPO DITO (OU NÃO): DISCURSIVIDADES SOBRE HOMOAFETIVIDADE E DITADURA EM NARRATIVAS DE DARCY PENTEADO
✍ by Nilton Milanez
🧾 201 páginas
2022
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