Do Flâneur ao Catfish
Indivíduos inseridos na multidão das redes sociais virtuais e os agenciadores de desejo online
Julio Marinho Ferreira
RESENHA

A era digital nos expõe a uma nova dinâmica social que mescla solidão e conexão em um mesmo espaço. Neste universo paradoxal, surge a obra Do Flâneur ao Catfish: Indivíduos inseridos na multidão das redes sociais virtuais e os agenciadores de desejo online, de Julio Marinho Ferreira. Com um olhar afiado, Ferreira nos leva a uma jornada fascinante que revela os meandros complicados das interações humanas em ambientes virtuais, onde cada clique pode ser uma máscara e cada perfil, uma obra de arte.
Neste livro, o autor explora a figura do flâneur, o observador urbano da modernidade, que caminha pelas ruas percebendo e absorvendo o cotidiano. Em contraste, o catfish, aquele que manipula identidades nas redes sociais, representa um desvio inquietante desse flâneur. Ferreira instiga o leitor a refletir sobre como essas figuras coexistem em um cenário repleto de agenciadores de desejos online, onde a autenticidade é uma mercadoria escassa e a influência, uma arma poderosa.
Essa narrativa não é apenas uma análise técnica das redes sociais; é um convite à introspecção. Ferreira provoca questionamentos sobre a nossa própria identidade, levando-nos a pensar: quantas vezes deixamos de ser nós mesmos em troca de likes e seguidores? O autor destaca ainda a fragilidade das relações estabelecidas por meio de telas e avatares, retratando a solidão que permeia o cotidiano na busca incessante por validação.
Os leitores têm se mostrado divididos quanto à abordagem de Ferreira. Alguns exaltam sua capacidade de articular conceitos complexos de forma acessível, enquanto outros criticam a superficialidade de algumas de suas análises. Contudo, independentemente das opiniões, a provação de que a obra provoca a reflexão é inegável. Em tempos de fake news e perfis manipulados, discutir a autenticidade no ambiente digital nunca foi tão vital.
Do Flâneur ao Catfish lança um holofote sobre o que realmente significa estar conectado, revelando que nas entrelinhas dessa comunicação há um abismo emocional. Ferreira nos ensina que, assim como o flâneur, devemos também nos permitir ser observadores e não meros catalisadores de likes efêmeros. Convido você, leitor, a mergulhar nesse universo perturbador e revelador, onde a linha entre real e virtual se torna cada vez mais tênue. A hora de refletir sobre o seu lugar nas redes sociais é agora.
📖 Do Flâneur ao Catfish: Indivíduos inseridos na multidão das redes sociais virtuais e os agenciadores de desejo online
✍ by Julio Marinho Ferreira
🧾 56 páginas
2017
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