Doido,Eu?
Lucinda Prado(organização)
RESENHA

A realidade muitas vezes escapa entre os dedos como areia fina, enquanto vivemos nossos dias buscando sentido; é nesse vácuo que surge a coletânea Doido, Eu?, uma obra organizada por Lucinda Prado que nos arremessa em um turbilhão de reflexões e questionamentos profundos. Diferente de qualquer outra leitura, este livro não se limita a contar histórias: ele provoca, instiga e ilumina áreas da psique humana que, com frequência, preferimos ignorar.
Cada página de Doido, Eu? é um convite audacioso a se confrontar com o que é ser "normal" em uma sociedade tantas vezes transtornada. Os escritos contidos neste volume são um mosaico de experiências e visões, protagonizando vozes que frequentemente são silenciadas ou relegadas a um canto escuro. Os textos, recheados de vivências e narrativas íntimas, mesclam humor, dor, amor e desespero. É como se cada autor tivesse pegado um fragmento de sua alma e entregado ao leitor, expondo as vulnerabilidades que permeiam a condição humana.
Leitores que se aventurarem por essas páginas encontrarão não apenas relatos que ecoam em suas próprias vidas, mas também um contexto social vibrante, carregado de nuances que são a essência do que significa estar vivo. Com cada história, a autora Lucinda Prado nos presenteia com um pedaço da realidade e, ao mesmo tempo, uma nova forma de olhar para as experiências alheias e as próprias.
As opiniões sobre essa obra são tão diversificadas quanto seus textos. Alguns elogiam a coragem dos autores, enquanto outros se sentem desafiados e até incomodados pelas verdades que existem em cada palavra. É intrigante notar como Doido, Eu? ressoou entre seus leitores; muitos relatam uma profunda identificação, uma sensação de que estavam, de alguma forma, dialogando com suas próprias dores e alegrias. Para alguns, a leitura foi uma revelação, um divisor de águas, enquanto que outros perceberam a fragilidade da normalidade que sempre tomaram como certa.
A obra flerta com a ideia de que a insanidade é subjetiva - um conceito mais amplo que os diagnósticos e rótulos que costumamos aplicar. Isso provoca um desassossego que pode ser libertador. Ou, por outro lado, um ato de resistência: a recusa em se ajustar a um molde que, muitas vezes, não representa a realidade de muitos. Ao abordar questões de saúde mental, identidade e as complexidades das relações humanas, Lucinda Prado traz à luz conversas que precisam ser tidas.
E para aqueles que teimam em rejeitar essa reflexão, um alerta: ignorar o conteúdo de Doido, Eu? é perder a oportunidade de entender a si mesmo e aos outros com mais compaixão e empatia. O que está em jogo aqui não é apenas a sanidade; é a vida, em sua forma mais crua e intensa. Este livro clama para ser lido por todos que já passaram por momentos de dúvida ou que buscam um fio de esperança no labirinto emocional.
No final das contas, Doido, Eu? não é somente uma experiência literária - é um grito por compreensão, um lembrete de que a vida, com toda a sua beleza e caos, deve ser sentida e não apenas vivida. Não permita que o medo de um rótulo limite seu entendimento. Mergulhe nessa obra e descubra um novo ver ???? para o que é ser humano.
📖 Doido,Eu?
✍ by Lucinda Prado(organização)
🧾 244 páginas
2022
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