Dom Casmurro
Machado de Assis
RESENHA

Dom Casmurro, o clássico magistral de Machado de Assis, não é apenas uma história sobre ciúmes e inseguranças; é um labirinto emocional que nos convida a questionar a própria natureza da verdade e das memórias. Você já sentiu como se estivesse preso em um ciclo de repetidas indagações sobre o passado? E se te dissessem que toda a sua vida é uma construção baseada em suposições e percepções distorcidas? Assim como Bentinho, o protagonista, você pode se ver à mercê de um jogo psicológico em que a linha entre realidade e ilusão se torna cada vez mais tênue.
Neste romance de 1899, Machado de Assis, através da astúcia de sua prosa, nos apresenta uma narrativa rica em camadas. Bentinho, narrador e anti-herói da história, se torna um símbolo do eu volúvel, atormentado pelo fantasma do amor não correspondido por sua inesquecível Capitu. A beleza, a complexidade e os rostos multifacetados dos personagens se entrelaçam em um jogo de emoções que faz da leitura uma verdadeira montanha-russa, onde você, leitor, se questiona dia após dia sobre a essência da posição social, do amor e da traição.
Os elogios à obra de Machado são abundantes, mas não são isentos de questionamentos. Muitos leitores se sentem desafiados pela escolha narrativa da primeira pessoa, que, ao mesmo tempo em que nos aproxima da subjetividade de Bentinho, revela suas falhas e obscuridades. A reação é visceral: "Esse Bentinho é insuportável!" ou "Capitu é uma vilã ou uma vítima?". As opiniões giram em um turbilhão de emoções, levando a debates acalorados sobre quem é a verdadeira culpada nesta história carregada de nuances.
Neste ambiente, o contexto histórico da obra se torna crucial. Escrito no Brasil do século XIX, um país em transição e repleto de contradições, Dom Casmurro transcende sua época, capturando a essência das tensões sociais e das expectativas de gênero. É impossível não refletir sobre como essas questões ressoam até os dias de hoje. O machismo que permeia as relações de poder e a traição, a desconfiança que se disfarça de amor profundo. tudo isso ainda ecoa nos lares contemporâneos.
A profundidade da obra levou autores de diversas gerações a reverenciar Machado de Assis como um gigante da literatura. Influenciou desde escritores como Jorge Amado até críticos que moldaram a forma como entendemos a literatura brasileira. Tanto o público quanto a crítica são unânimes ao afirmar que, ao ler, você não apenas entra na cabeça de Bentinho, mas se vê refletido nas inseguranças e nos traumas que o assombram.
E você, está pronto para conjunto as peças desse quebra-cabeça humano? Dom Casmurro não é apenas uma leitura obrigatória; é um convite a confrontar suas próprias verdades e ilusões. Ao se arriscar nessa jornada, você poderá redescobrir não apenas a obra, mas principalmente o próprio ser. É uma experiência transformadora que irrompe em sua consciência, prometendo não só lágrimas e risos, mas também um despertar para as complexidades da vida.
Prepare-se, a obra-prima de Machado de Assis está à sua espera, e sua vida pode nunca mais ser a mesma após essa leitura. 🌪
📖 Dom Casmurro
✍ by Machado de Assis
🧾 232 páginas
2019
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