Frankenstein
Cláudia Lopes; Mary Shelley
RESENHA

Frankenstein não é apenas um livro que narra a história de um cientista obcecado por desafiar a natureza; é uma exploração profunda da solidão e do desejo de pertencimento. Mary Shelley, em sua obra-prima, nos presenteia com o dilema clássico do ser humano em busca de aceitação, fazendo com que a questão da identidade reverberasse através das gerações. Você está prestes a entrar em um universo que transcende o medo e a monstruosidade, e que pede a você, leitor, que respeite as criações e suas complexidades emocionais.
A narrativa de Frankenstein se desdobra em um contexto histórico fascinante, durante o início do século XIX, uma época marcada pela Revolução Industrial e por uma incessante busca científica que desafiava os limites da moralidade. Mary Shelley coloca-se como uma das vozes mais inovadoras de sua época, questionando o que significa ser humano. O que acontece quando a ciência avança mais rápido que a ética? O monstro que Victor Frankenstein cria é, na verdade, um reflexo de seus próprios medos e inseguranças. Ele busca amor, compreensão e um lugar no mundo, mas é constantemente rejeitado. Essa rejeição se transforma em uma busca vingativa que mais parece um grito desesperado de um filho que nunca recebeu amor do pai.
Cada página desta obra é uma lufada de ar fresco ao expor a fragilidade da natureza humana. Através do desespero do monstro, você sentirá uma onda de empatia surgindo. Pode ser que você já tenha se sentido deslocado ou incompreendido em algum momento de sua vida. Este é o convite de Shelley: sentir o que é ser o "outro", aquele que não é aceito.
Os leitores contemporâneos não apenas se envolvem com a história, mas também se debatem com as questões levantadas. Algumas críticas apontam para a superficialidade da relação de Frankenstein com sua criação, enquanto outros elogiam a profundidade psicológica do monstro. Afinal, ele é um ser triste, moldado pelas mãos do homem, buscando desesperadamente a aceitação em um mundo que o vê como anátema. Esse desespero, essa crueza, tornam-se o coração pulsante da narrativa.
Se você ainda não leu Frankenstein, está se privando de uma análise atemporal sobre a condição humana e suas desventuras. As inquietações de Shelley colocam você face a face com a questão: quando uma criação torna-se um fardo para seu criador? Na leitura, você se torna parte dessa conversa, onde o medo deixa de ser apenas uma emoção e se transforma em um diálogo profundo e significativo.
Por fim, o que acontece com Frankenstein e sua criatura? É um fechamento brutal e poético, onde o destino os leva a um abismo de desespero e solidão - não muito diferente do que muitos de nós, em diversos momentos, já poderíamos sentir. A mensagem é clara e poderosa: todo ser humano busca aceitação, e a ausência desta pode gerar monstros, tanto internos quanto externos. Ao se aprofundar nesta obra, você não apenas compreende a história de Frankenstein, mas também se vê refletido em um espelho que revela as feições e as feridas de sua própria alma. O que você está esperando para mergulhar nessa experiência?
📖 Frankenstein
✍ by Cláudia Lopes; Mary Shelley
🧾 104 páginas
2020
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