Grotesco. Como (Nao) Ser Um
Altamir Souza
RESENHA

Os ecos das palmas que celebram a autenticidade muitas vezes se misturam a gritos de horror ante as deformidades que a sociedade impõe, e é nesse limiar entre aplauso e repulsa que surge Grotesco. Como (Não) Ser Um. A obra de Altamir Souza é um convite a mergulhar em realidades que desafiam o olhar convencional, um suspiro em forma de perguntas e reflexões sobre a conformidade e a autenticidade numa sociedade que prefere a superficialidade.
Ao longo de 95 páginas, Souza navega pelas profundezas do ser humano e suas nuances grotescas, fazendo uma crítica mordaz à futilidade das aparências. A simplicidade da escrita contrasta com a complexidade dos temas abordados, levando o leitor a confrontar seus próprios demônios. Você não apenas lê, mas sente cada palavra pulsar, como se o autor estivesse ali, diante de você, desafiando-o a se desvincular das amarras sociais.
As opiniões sobre a obra são tão variadas quanto as próprias reações que ela provoca. Enquanto alguns leitores aclamam como um tratado sobre a autoaceitação e a busca pela autenticidade, outros consideram provocativa demais. A polêmica é uma marca registrada, e a discordância é combustível para discussões acaloradas. Há quem diga que o autor se arrisca a ser grotesco em sua abordagem, mas isso só evidencia como as verdades incomuns geram desconforto. Afinal, quem se atreve a olhar para si mesmo sem a máscara da conveniência?
A vida de Altamir Souza, marcada por uma trajetória de luta e descoberta, reflete-se em cada verso. Um autor que já experimentou a marginalização social e renasceu, armado com vivências que cortam como lâminas. Sua obra desafia a percepção do que é considerado belo e aceitável, convidando à reflexão sobre os estigmas que permeiam nossas vidas diárias. O contexto social ao qual a obra se insere é palpável: em uma era onde a aparência reina, "Grotesco" se destaca como um grito ensurdecedor por autenticidade.
Em um mundo saturado por imagens e protocolos, esse livro pode ser a chave para a liberdade de ser quem realmente somos. Ele provoca uma inquietação necessária, fazendo você questionar: até que ponto estamos dispostos a nos moldar ao que a sociedade espera? Através de narrativas que exploram o grotesco em situações cotidianas, Souza não apenas aponta o dedo, mas nos pega pela mão e nos leva ao abismo da nossa própria consciência.
Ao encerrar as páginas, uma certeza se cimenta na mente: ser grotesco pode ser a forma mais pura de humanidade. Você se encontrará em um estado de reflexão, embalado por questionamentos que ecoarão muito depois de você fechar a última página. Ao devorar Grotesco. Como (Não) Ser Um, você não apenas lê, mas se transforma, trazendo à tona o potencial que existe no que é frequentemente reprimido.
A obra de Altamir Souza é, sem dúvida, uma benção e uma maldição. Você sairá de sua zona de conforto, mas não sem antes experimentar a verdadeira face do ser humano. Prepare-se para um ataque de riso, de lágrimas ou até mesmo de revolta. Pois, no fim das contas, o grotesco que você descobre pode muito bem ser a porta de entrada para uma vida mais autêntica e plena. ✨️
📖 Grotesco. Como (Nao) Ser Um
✍ by Altamir Souza
🧾 95 páginas
2022
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