Máquina de costurar concreto
Amanda Ribeiro
RESENHA

O intrigante título Máquina de costurar concreto não deixa dúvidas: estamos diante de uma obra audaciosa que se propõe a costurar e desvelar os sonhos mais insólitos em meio ao asfalto da vida urbana. A autora Amanda Ribeiro nos apresenta uma narrativa que é uma verdadeira maratona emocional, onde cada página vibrante transmite a intensidade dos conflitos humanos, transformando a solidão e a angústia em arte.
Ribeiro leva você a um universo em que o concreto se torna a metáfora perfeita para a rigidez e as amarras da vida contemporânea. As personagens, ricamente desenhadas, se entrelaçam em histórias que pulsando com a crueza da realidade. Ao longo de suas 96 páginas, você encontrará fragmentos do cotidiano que ressoam em cada um de nós, instigando a reflexão sobre o que realmente nos une e o que nos separa. É um convite para vasculhar cada canto escuro do seu coração e, quem sabe, encontrar um pouco de compaixão por si mesmo e pelos outros.
A crítica social se derrama sobre cada palavra, fazendo com que os leitores se sintam incómodos e desafiados. O que você está disposto a sacrificar em nome de suas ambições? O que você vê quando observa as rachaduras do seu próprio mundo? A escrita de Amanda Ribeiro é incisiva, utilizando um estilo irreverente e quase provocativo. É impossível não sentir a adrenalina correr pelas veias enquanto você se depara com a ferocidade de cada personagem, que reflete um pouco de nós mesmos, com nossas fraquezas e aspirações.
Os leitores têm se manifestado de forma efusiva, alguns se perdendo na beleza crua e poética que Ribeiro apresenta, enquanto outros se sentem confrontados pela brutalidade exposta. Há um clima de polarização nas opiniões, onde muitos encontram ali um espelho das suas próprias experiências, e outros parecem não suportar a forma honesta com que a autora aborda temas como solidão e relações desgastadas.
Conversando com o contexto contemporâneo, Máquina de costurar concreto nos remete a uma sociedade em transformação, marcada por crises e desafios, uma ode ao redescobrimento do ser humano em meio ao caos. A cidade, esses rios de cimento, se revela tanto como um lar quanto como um cárcere, refletindo a luta incessante entre a busca por um futuro melhor e a aceitação da realidade que nos cerca.
Se você busca uma leitura que não apenas entre no seu coração, mas também o estraçalhe para depois o costurar com novos significados, este livro é para você. Mergulhe sem medo nas páginas de Amanda Ribeiro e permita-se sentir a profundidade e a grandiosidade da existência. Ao final, talvez você se surpreenda ao descobrir que a verdadeira costura não está apenas nas palavras, mas nos laços invisíveis que criamos com os outros - e, sobretudo, com nós mesmos.
📖 Máquina de costurar concreto
✍ by Amanda Ribeiro
🧾 96 páginas
2022
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