Multimundo
Geluda Gabriel
RESENHA

A experiência de ler Multimundo é como mergulhar em um labirinto de realidades, onde cada página vibra com a intensidade de emoções e reflexões que transcendem a própria escrita. Geluda Gabriel nos entrega uma obra que não só nos convida a pensar, mas a sentir cada nuance do que é ser humano em um mundo repleto de múltiplas facetas e interpretações.
Com uma narrativa que cozinha o leitor em uma imersão profunda, Geluda parece brincar de Deus ao criar mundos paralelos que desafiam a naturalidade das coisas que acreditamos serem fixas. Cada fragmento, cada verso, é um convite a refletir sobre as verdades que construímos, questionando até onde chega a nossa percepção do que chamamos de realidade. Os leitores são levados a embarcar em uma viagem de autoconhecimento, onde o que se vê em cada esquina pode ser um espelho de nós mesmos.
Os comentários sobre a obra variam entre a admiração e uma certa perplexidade. Alguns leitores se sentem maravilhados com a capacidade de Geluda de entrelaçar sonhos e realidades de uma forma tão poética. Outros, porém, sentem-se desafiados, como se a leitura exigisse uma capacidade analítica que pode parecer distante em um mundo que cada vez mais se apega ao superficial. Mas é essa dualidade que dá vida à obra: o diálogo interno que se estabelece no leitor. Como não se sentir tocado, mesmo que em meio a uma tempestade de desentendimentos?
A simplicidade das palavras em Multimundo é, na verdade, uma estratégia poderosa. Geluda carrega em seu vocabulário uma complexidade que equivale a um instrumento afiado. Cada frase corta a realidade tal como um escultor molda a sua obra-prima. Ele nos acerta em cheio, fazendo a mente vibrar e transitar entre desespero e esperança, caos e harmonia. Então, nas entrelinhas, a solidariedade emerge como resposta às feridas que a vida nos inflige.
A obra não é sem seu tom histórico. Lançada em um contexto onde questões sociais e existenciais se entrelaçavam em discussões fervorosas, Multimundo convida o leitor a observar a própria sociedade sob uma lente crítica. É um olhar que questiona a conformidade, incitando a saída da zona de conforto e a busca incessante por significado e conexão. É impossível não fazer paralelos com o cenário contemporâneo, onde as realidades se multiplicam a cada clique nas redes sociais.
Geluda Gabriel, cuja vida e carreira são um emaranhado de experiências e influências diversas, se torna uma voz essencial na literatura brasileira contemporânea. Sua capacidade de traduzir o micro e o macro em palavras que dançam na literatura é um presente para todos nós. Através de sua arte, ele nos concede a chance de ver o mundo - não apenas como ele é, mas como ele poderia ser.
Multimundo não é apenas uma leitura; é uma experiência visceral que desafia você a olhar para o seu próprio reflexo. Ao fechar o livro, algo muda indefinidamente. É uma sensação de que se deixou um pedacinho da alma nas páginas, e quem saberá o que pode florescer dessas sementes? Portanto, não permita que essa obra extraordinária escape de suas mãos. Cada página virada se torna um convite a mergulhar mais fundo no abismo do ser humano, com todas as suas complexidades e riquezas. 🌌✨️
📖 Multimundo
✍ by Geluda Gabriel
🧾 48 páginas
2012
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