"Não é só a torcida organizada"
O que os torcedores organizados têm a dizer sobre a violência no futebol?
Marcelo Fadori Soares Palhares; Gisele Maria Schwartz
RESENHA

Não é só a torcida organizada traz à tona um tema que nunca sai de moda e, ao mesmo tempo, choca pela sua pertinência: a violência no futebol. Os autores, Marcelo Fadori Soares Palhares e Gisele Maria Schwartz, mergulham fundo nas vozes dos torcedores organizados, que geralmente são vistos como vilões no grande espetáculo do esporte, mas que têm muito a dizer sobre as complexidades e nuances que envolvem o amor ao futebol. É um convite a olharmos além do estereótipo, a enxergar a paixão que arde nas arquibancadas, mas também a dor e as frustrações que permeiam a experiência dos torcedores.
Em um cenário onde a violência no futebol é tão comum que se tornou quase aceitável, os autores se propondo a ouvir o "outro lado" é, no mínimo, revigorante. Eles nos obrigam a refletir: são os torcedores organizados os verdadeiros agressores ou vítimas de um contexto social mais amplo? O livro não se limita a apresentar casos ou narrativas isoladas. Ele constrói um painel interconectado onde a cultura, a identidade e as relações sociais se entrelaçam em um só hino. Ao fazer isso, Palhares e Schwartz instigam uma série de emoções em nós, leitores. Cuidado! Esse enredo é escorregadio e pode ser doloroso.
Leitores têm expressado tanto admiração quanto indignação com o enfoque dado a esse assunto. Alguns destacam a riqueza dos relatos e a forma como conseguem humanizar as figuras que, até então, eram apenas vistas como os "culpados" pelas tragédias nos estádios. Outros criticam a tentativa de justificar comportamentos violentos, temendo que isso possa ser interpretado como uma normalização da agressão no esporte. As vozes que ecoam nas páginas deste livro são muitas e variam, assim como as opiniões de quem se atreve a lê-lo.
Com uma linguagem acessível e envolvente, os autores não hesitam ao expor as contradições da relação entre torcedores e a violência. Eles nos levam a questionar o nosso papel, como sociedade, na perpetuação do estigma que cerca as torcidas organizadas. Você realmente acredita que a violência é apenas um problema deles? Ou será que há um pouco de nós nisso tudo? O livro toca nas feridas abertas do nosso passado, nas cicatrizes que o futebol, outrora símbolo de união e alegria, carrega.
Ao final, Não é só a torcida organizada é um lembrete brutal de que por trás de cada grito de guerra, há uma história a ser ouvida. A urgência de entender e transformar a cultura do futebol vai muito além das quatro linhas; é uma chamada à ação para todos nós. Não se deixe enganar pelo título: a obra não é apenas uma análise da violência nas arquibancadas, é uma proposta de reconstrução de um campo de forças onde a empatia e a reflexão sejam as novas bandeiras erguidas. 🌪⚽️
📖 "Não é só a torcida organizada": o que os torcedores organizados têm a dizer sobre a violência no futebol?
✍ by Marcelo Fadori Soares Palhares; Gisele Maria Schwartz
🧾 134 páginas
2014
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