O corcunda de Notre-Dame
Victor Hugo
RESENHA

O Corcunda de Notre-Dame não é apenas a história de um ser humano fisicamente diferente; é um grito ensurdecedor contra a intolerância, uma ode à beleza que se esconde nos lugares mais sombrios do coração humano. Victor Hugo, com sua prosa lírica e poderosa, nos transporta à Paris medieval, onde a catedral gótica se ergue majestosa, testemunha de amores e tragédias que ecoam por suas paredes de pedra.
Na figura de Quasimodo, o corcunda, encontramos a representação do verdadeiro heroísmo. Um homem que, por sua aparência, é relegado à marginalidade, mas que carrega uma alma capaz de amar profundamente. O amor platônico por Esmeralda, a bela cigana, transcende qualquer barreira social. Este amor é um convite à reflexão sobre a superficialidade dos padrões de beleza e os erros do preconceito que ainda assolam a sociedade. 🖤
A obra se desenrola em um cenário pulsante, onde as paixões e os conflitos entre classes sociais dançam como sombras na luz tênue da fogueira da catedral. Hugo não poupa detalhes ao descrever a dor e a solidão que permeiam a vida de Quasimodo. O leitor sente cada golpe, cada desprezo que ele sofre, quase como se fosse seu próprio corpo em carne viva. É impossível não se sentir tocado pela tragédia desse personagem que, apesar de tudo, busca amar e ser amado, desafiando um mundo que o considera uma aberração.
As opiniões sobre O Corcunda de Notre-Dame são múltiplas e intensas. Alguns leitores apontam a obra como um retrato cruel da sociedade, enquanto outros se encantam com a profundidade emocional dos personagens. Porém, essa polaridade é exatamente o que torna a obra tão rica. Ela provoca, choca e, acima de tudo, faz você sentir. 🤯
O pano de fundo da Revolução Francesa, que assola a narrativa, também não pode ser ignorado. É um reflexo da luta do povo por liberdade e igualdade, paralelamente a luta interna de Quasimodo. O autor, ao mesclar essas realidades, coloca em xeque as estruturas sociais de seu tempo, criando uma metáfora que ainda ressoa hoje. A luta do oprimido em busca de dignidade é um tema que nunca deixará de ser relevante.
Entre as muitas camadas que Hugo habilmente entrelaça, está a questão do destino. O que somos senão produtos das nossas circunstâncias? Quasimodo, Esmeralda e Frollo são todos peças de um quebra-cabeça montado por um mundo implacável. Seus destinos se cruzam de forma trágica, levando o leitor a questionar: até que ponto somos donos de nossas escolhas? 😢
Ao final da leitura, você será deixado em um turbilhão de emoções, refletindo sobre o amor, o desprezo e a busca incessante por aceitação. Não é apenas uma história; é um convite a mergulhar profundamente em suas próprias convicções e preconceitos. O Corcunda de Notre-Dame é um lembrete de que, por trás de uma máscara, pode existir uma beleza infinita, e é exatamente essa beleza que Victor Hugo nos incita a apreciar, mesmo quando a sociedade nos força a desviar o olhar.
Essa obra é uma porta escancarada para a compreensão do humano em sua essência crua e verdadeira. Não deixe de lê-la. Você pode se surpreender ao descobrir que, talvez, Quasimodo não seja tão diferente assim de nós.
📖 O corcunda de Notre-Dame
✍ by Victor Hugo
🧾 448 páginas
2022
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