O Desalento
Guilherme Poli
RESENHA

A trajetória do autor Guilherme Poli em O Desalento tece um emaranhado de emoções que vão diretamente à ferida exposta da alma humana. O que se esconde por trás de suas 79 páginas é um convite a mergulhar nas profundezas do sofrimento e da solidão, como se cada palavra pulsasse com a dor da existência. A obra se apresenta como um grito angustiante de um sujeito vivendo à sombra de suas próprias inquietações, onde a desesperança se torna quase palpável.
A prosa de Poli é imersiva, uma verdadeira travessia pelas águas turvas do desalento, onde o autor não se furta a revelar suas fragilidades. O leitor se vê preso a um labirinto de reflexões que vão além do pessoal e atingem o coletivo, como se cada um de nós carregasse um pouco dessa tristeza crônica. É impossível não sentir o eco da desesperança ressoar em nosso interior, obrigando-nos a confrontar questões que, muitas vezes, preferimos deixar escondidas sob o tapete.
As opiniões sobre O Desalento são um reflexo da própria obra: há quem encontre beleza na dor e quem discorde da exposição crua dos sentimentos. Críticos se dividem entre aqueles que aplaudem a profundidade existencial de Poli e os que a consideram excessivamente melancólica. Essa polaridade só intensifica o impacto da narrativa, fazendo com que o leitor se pergunte: até onde a sinceridade pode nos levar? Será que ao expormos nossas vulnerabilidades, podemos finalmente encontrar nosso lugar no mundo?
Certa vez, alguém disse que a arte deve nos provocar, e Poli faz isso com maestria. A sua escrita é uma lente poderosa que ampara a dor de muitos, transformando angustias individuais em uma experiência coletiva. Personagens distantes, mas tão próximos ao mesmo tempo, nos fazem sentir parte de uma grande tapeçaria de emoções humanas. As questionantes sobre a própria condição de viver vêm à tona, fazendo-nos refletir sobre as armadilhas da sociedade moderna.
A inquietude que permeia O Desalento não é acidental. Em um mundo onde a superficialidade reina, Poli nos empurra para o abismo do autoconhecimento. Ele é o catalisador que desencadeia não apenas a dor, mas também a possibilidade de transformação. Ao final, a esperança pode não ser uma luz brilhante, mas uma pequena fagulha que se recusa a se apagar.
Por todos esses aspectos, O Desalento é mais que uma leitura; é um chamado à reflexão sobre as nossas vidas, como um peso que pesa no peito, mas que também nos convida a questionar e, eventualmente, a transformar. Se você está pronto para encarar suas próprias sombras e perceber a beleza na vulnerabilidade, essa obra é para você. Prepare-se para sentir, para refletir e, quem sabe, para encontrar uma luz mesmo nas horas mais sombrias.
📖 O Desalento
✍ by Guilherme Poli
🧾 79 páginas
2020
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