O Próximo e o Distante. Japão e Modernidade-Mundo

Renato Ortiz

Quando falamos sobre o Japão, é impossível não nos depararmos com um enigma fascinante que mescla o que está próximo e o que está distante. O Próximo e o Distante: Japão e Modernidade-Mundo, de Renato Ortiz, não é apenas uma obra sobre um país; é um convite a uma reflexão profunda sobre a cultura nipônica e como ela se enreda com as forças globais da modernidade. Ortiz, com sua habilidade excepcional, se torna nosso guia em uma jornada que atravessa a história, a identidade e as complexidades culturais que moldam o Japão contemporâneo.

Este livro te arranca da sua zona de conforto e te transporta para uma terra onde tradições se confrontam e se fundem com a modernidade. Ortiz nos oferece um panorama inquietante sobre como as influências ocidentais se entrelaçam com os costumes ancestrais, criando um mosaico cultural tão rico quanto desafiador. E aqui está a beleza do texto: não se trata de uma simples análise acadêmica, mas de um pulsar vibrante da vida cotidiana japonesa, onde o antigo e o novo colidem em uma dança povoada por sombras e luz.

Os leitores são inundados por críticas e visões diversas de como o Japão lida com sua identidade em um mundo globalizado. Muitos elogiam a capacidade de Ortiz de sintetizar um dilema que ressoa além das fronteiras japonesas. Sabe aquela sensação de impotência frente a um contexto global que muda a passos largos? É isso que o autor nos apresenta: o Japão como um reflexo do mundo em transformação, um espelho onde se refletem as incertezas e potencialidades de cada nação.

As opiniões sobre a obra variam, como é de se esperar em qualquer discussão sobre cultura. Existem aqueles que consideram que Ortiz traduziu acertadamente a complexidade da realidade japonesa, enquanto outros argumentam que a visão do autor se perde em generalizações. Porém, o que não se pode negar é que a obra provoca uma provocadora reflexão sobre como vemos nós mesmos dentro do grande teatro da sociedade global.

Renato Ortiz nasceu em meio a um mundo que, em sua essência, já clama por diálogos interculturais. Sua formação e vivência o empoderam a desmistificar a ideia de que o Japão é uma entidade isolada. Em suas páginas, a distância geográfica se transforma em proximidade cultural; o distante se torna próximo e vice-versa. Sem perceber, o leitor pode até sentir um ímpeto de imersão na vida nipônica, seja através da apreciação da cerimônia do chá, da busca pela estética na simplicidade ou da luta moderna entre tradição e inovação.

Neste exercício de conectar o que é próprio com o que é diferente, Ortiz nos ensina a expandir nossas percepções e a considerar o valor da alteridade. Isso é poderosamente estimulante e, ao mesmo tempo, assustador. Afinal, quão íntimos podemos nos tornar de algo distante sem perder nossa essência?

Em meio à leitura, a mente é bombardeada por imagens vívidas e reflexões gratificantes que nos mantêm no fio da navalha entre o conforto do familiar e o fascínio do desconhecido. Você não apenas lê; você vivencia. A obra se transforma em uma lente com a qual é possível enxergar o mundo sob uma nova perspectiva.

Não há como escapar da vivência intensa que O Próximo e o Distante proporciona; a cada parágrafo, uma nova oportunidade para desafiar suas crenças e expandir sua compreensão sobre a interconexão entre culturas. Ao virar a última página, não se engane: você não terá lido apenas um livro, terá se submetido a uma experiência transformadora que ecoará em suas reflexões por muito tempo. ✨️

📖 O Próximo e o Distante. Japão e Modernidade-Mundo

✍ by Renato Ortiz

🧾 206 páginas

1999

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