Os Exércitos
Evelio Rosero
RESENHA

Na vastidão da literatura colombiana, um nome resplandece pela sua capacidade de transcender as barreiras do cotidiano e mergulhar em um universo de profundidade e reflexão: Evelio Rosero. Sua obra Os Exércitos é um exame brutal e poético da guerra, da solidão e da fragilidade humana, desafiando o leitor a confrontar as cicatrizes que a violência deixa na alma das pessoas.
Ambientada em um cenário assolado por conflitos, Rosero tece uma narrativa que vibra com a intensidade de um lamento. Ao longo de páginas que se desdobram como uma tapeçaria de emoções, o autor nos apresenta a história de um homem em busca de seu lugar em um mundo devastado, onde a guerra não é somente uma presença física, mas uma entidade que permeia cada pensamento, cada gesto. O protagonista, na sua jornada, descobre que a luta não é apenas contra inimigos externos, mas um duelo interno contra seus próprios fantasmas.
O autor não se limita a descrever a brutalidade da guerra; ele expõe a condição humana em sua essência mais crua. O desamparo, a angústia e a busca incessante por significado tornam-se temas centrais que ressoam em cada personagem, fazendo com que a dor se torne palpável. A linguagem de Rosero é um verdadeiro convite à imersão; seus parágrafos se arrastam com a carga da desolação, enquanto, por outro lado, pequenos lampejos de esperança e humanidade surgem nas interações do cotidiano.
Leitores apaixonados encontram em Os Exércitos uma obra que provoca reações visceralmente emocionais. Comentários que ecoam nas críticas ressaltam como a escrita de Rosero é um espelho que reflete o sofrimento de muitos, mas também a força e a resiliência que brotam da dor. Alguns se sentem desafiados a confrontar seus próprios preconceitos sobre o conflito, enquanto outros são tocados por uma empatia que se transforma em ação. Essa dualidade faz da obra um campo fértil para o debate, onde o próprio leitor se vê questionado sobre sua percepção da guerra e da paz.
A crítica é mista, como é comum em obras que lidam com temas pesados. Enquanto muitos elogiam a profundidade da narrativa e a capacidade do autor de capturar a essência da dor humana, outros apontam que a densidade da prosa pode fazer alguns trechos parecerem arrastados. Mas é exatamente essa intensidade que obriga o leitor a não desviar o olhar, a encarar a realidade que muitas vezes preferimos ignorar.
Mergulhar em Os Exércitos não é apenas ler um livro; é uma jornada ao âmago do sofrimento humano, um convite à reflexão profunda sobre as consequências da violência e a luta pela dignidade. A obra incita uma revolução interna, uma reavaliação das realidades que muitos preferem fechar os olhos. Portanto, esteja preparado para se confrontar não apenas com a história de Rosero, mas com a sua própria história e a realidade que nos cerca.
Ao final, ao fechar o livro, uma pergunta ecoa: como podemos, nós, que lemos essa obra, agir de forma a não apenas ser espectadores da dor, mas agentes de transformação? Os Exércitos é mais do que um relato de guerra; é um chamado à ação, um grito silencioso que nos instiga a nunca esquecer que, nas entrelinhas da vida, lutamos todos os dias, não apenas contra inimigos visíveis, mas contra os desafios invisíveis que nos cercam. E você, leitor, está pronto para essa luta?
📖 Os Exércitos
✍ by Evelio Rosero
🧾 176 páginas
2010
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