Parasito (Motor Editorial)
Andrea Rangel
RESENHA

Parasito, de Andrea Rangel, é um desses livros que provoca, arrebata e deixa marcas indeléveis na alma do leitor. Ao abrir suas páginas, você não apenas se depara com uma história; você mergulha em um abismo contra o qual lutará para não se afogar. A autora, com uma prosa envolvente e visceral, te faz sentir cada emoção, cada dor, e cada conflito como se fossem seus.
Esse universo é sombrio e fascinante, um espelho distorcido da realidade que nos rodeia. A narrativa aborda temas profundos e perturbadores que fazem você refletir sobre suas próprias vulnerabilidades. O personagem central nos apresenta um paradoxal desejo de pertencimento e uma luta constante contra suas próprias sombras, um convite quase macabro para que você também questione suas relações, sua identidade e, claro, seus parasitas internos.
Ao longo da história, Rangel nos apresenta uma galeria de pessoas que refletem o que há de pior e melhor em nós. O "parasita" aqui não é apenas uma presença física, mas uma metáfora poderosa para as amarras emocionais que nos prendem. Uma incisiva crítica às relações humanas, à dependência, ao medo do abandono-tudo isso é costurado com maestria pela caneta de Rangel. Cada capítulo é um soco no estômago, um chamado à ação, um lembrete de que estamos todos, de uma forma ou de outra, presos a algo.
Os leitores não hesitam em compartilhar suas experiências com esta obra. Comentários que vão de "uma leitura intensa e transformadora" a "uma tortura emocional", revelam a polarização que Parasito provoca. Alguns se sentem profundamente tocados e reconhecem na história as suas próprias batalhas; outros se sentem assombrados pela crueza com que as verdades são expostas. O livro é, sem dúvida, um divisor de águas.
O que Rangel faz com sua narrativa é nos colocar frente a frente com as verdades que muitas vezes preferimos ignorar. Ela tira a máscara, desnudando nossa sociedade e nós mesmos. A autora, com seu background e sensibilidade ímpares, utiliza seus talentos para transformar dor em arte, trazendo à tona um tema universal: a luta pela liberdade emocional em um mundo cheio de limitações autoimpostas.
O contexto em que Parasito foi escrito - um período marcado por transformações culturais e desilusões coletivas - também é palpável nas páginas. A narrativa é uma resposta à inquietação contemporânea, um reflexo daquela sensação de que estamos sempre lutando contra algo maior. Num mundo onde as redes sociais nos conectam, mas, ao mesmo tempo, nos isolam, a mensagem de Rangel ressoa como um grito por autenticidade e pertencimento.
Em uma linguagem direta e com uma intensidade quase palpável, Parasito não só entretém, mas também escandaliza e provoca, reafirmando que não há temas inexplorados quando se trata da natureza humana. O que você faz com essas reflexões, apenas você poderá decidir, mas uma coisa é certa: uma vez que você entra nesse labirinto, a saída pode não ser tão fácil assim. Portanto, não existe uma escolha mais ousada do que encarar essas páginas e deixar que elas provocativa e deliberadamente transformem sua visão de si mesmo e do mundo.
Esse é o tipo de leitura que não se esquece; é a faísca que, se você deixar, irá inflamá-lo a buscar dentro de si as verdades que você tem escondido. Não fique de fora dessa experiência única que Parasito proporciona!
📖 Parasito (Motor Editorial)
✍ by Andrea Rangel
🧾 169 páginas
2018
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