Proust e a memória involuntária
Esdra Mello
RESENHA

Proust e a Memória Involuntária explode em sua consciência como uma sinfonia de sentimentos, um convite a revisitar as profundezas da sua própria história, enquanto a obra de Esdra Mello nos remete ao monumental Marcel Proust, um ícone literário que desbravou os meandros da memória e do tempo. Neste livro fascinante, Mello não apenas analisa as ideias de Proust, mas também nos provoca a olhar para dentro, a encontrar a beleza escondida nas memórias involuntárias que moldam nossa existência.
Mello nos guia por um labirinto intelectual, onde cada esquina revela um novo aspecto da memória, convidando-nos a repensar nosso próprio passado. Ao dialogar com as reflexões de Proust, o autor faz um entrelaçamento de teorias psicológicas e experiências humanas, desnudando a complexidade da memória como um fenômeno que nos define e que, muitas vezes, nos escapa. A forma como ele articula essas ideias é um verdadeiro deleite, balançando entre o acadêmico e o poético, e tocando a essência do que significa recordar.
Os leitores têm se mostrado apaixonados, elogiando a profundidade com que Mello explora a relação intrínseca entre o ato de lembrar e a arte. Muitos afirmam que, ao final da leitura, não conseguiram evitar uma profunda reflexão sobre suas próprias memórias. Entretanto, há quem critique a densidade do texto, que em alguns momentos pode parecer um caminho árduo a ser trilhado. Mas é este desafio que, paradoxalmente, se transforma em um divisor de águas: a intensidade da leitura provoca a recompensa de uma nova percepção.
Ao mergulhar no conceito da memória involuntária, Mello faz com que o leitor sinta na pele a experiência do tempo se desdobrando, e a força das lembranças se manifestando em formas, sabores e sentimentos. As passagens não são simples reflexões; são convites fervorosos para que você, eu, todos nós, encaremos o que está guardado em nossas mentes - e, talvez, o que se perdeu pelo caminho.
José Saramago, um dos maiores escritores lusófonos, certa vez disse que " escrever é uma maneira de esquecer". Mello, por sua vez, parece perseguir a ideia oposta, evidenciando que esquecer pode ser um erro fatal. Cada memória, mesmo aquelas que trazem dor, tem seu lugar no mosaico de quem somos. E é a habilidade de Proust de capturar essas nuances, interligando o passado e o presente, que ressoa nas páginas de Mello.
A obra provoca uma verdade inegável: as memórias são o fio condutor de nossa identidade. É um alerta para não nos deixarmos levar pela correnteza do cotidiano, mas sim navegarmos nas águas profundas e muitas vezes turvas das nossas lembranças. Ao final, você sentirá a urgência de revisitar suas próprias experiências, como um explorador que acaba de descobrir um continente inexplorado - o seu próprio.
Através de Proust e a Memória Involuntária, a escrita de Esdra Mello nos reconduz ao coração humano, tão recheado de complexidade e beleza, estimulando cada um de nós a não apenas relembrar, mas também a reinterpretar. Prepare-se para se perder e se encontrar em um oceano de emoções, reflexões e, principalmente, memórias. ✨️
📖 Proust e a memória involuntária
✍ by Esdra Mello
🧾 288 páginas
2020
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