Supermercado
Um não lugar
Desire Blum Menezes Torres
RESENHA

Ao entrar em um supermercado, você já parou para pensar que aquele espaço é, na verdade, um "não lugar"? Essa é a provocação astuta que Supermercado: um não lugar, de Desire Blum Menezes Torres, nos faz refletir. Esta obra, apesar de ter apenas 75 páginas, consegue desencadear uma série de questionamentos que vão muito além do simples ato de fazer compras. Você se vê parando e observando o cotidiano daquele espaço rotineiro, que, em vez de ser um mero local de consumo, revela-se um enigma pulsante da sociedade atual. 🛒
A autora, com uma escrita afiada e envolvente, nos apresenta um microcosmo dos dilemas da vida contemporânea, onde a agitação das prateleiras se contrapõe à solidão que muitos sentem. O "não lugar" do supermercado se transforma em um espelho onde se reflete a alienação e a busca incessante por conexão. É angustiante perceber que, em meio a tantas escolhas, a verdadeira essência do ser humano pode ser deixada de lado. Ao abri-lo, você percebe que, assim como os produtos nas gôndolas, as relações se tornam descartáveis, efêmeras, e a busca pelo que é autêntico fica ofuscada. 😔
Críticas e opiniões sobre a obra revelam um consenso: Desire prende o leitor em uma realidade absurda, mas incrivelmente familiar. Há quem diga que a leitura é um soco no estômago, obrigando a uma reflexão profunda sobre o papel que desempenhamos neste mercado das aparências, onde tudo é embalagem, mas o conteúdo muitas vezes se perde na superficialidade. Líderes de pensamento como Hannah Arendt e Zygmunt Bauman, com suas análises sobre a modernidade e a sociedade do consumo, poderiam ser convocados para um diálogo informal com a autora, ampliando ainda mais a discussão.
Você se sentirá quase como um investigador, desvendando o que está por trás da calidez cinza das luzes fluorescentes, questionando o que significa estar presente em um lugar que deveria ser de convivência, mas que, paradoxalmente, exala um ar de isolacionismo. Qual o custo dessa felicidade instantânea que buscamos nas prateleiras? Como lidamos com as relações humanizadas em um espaço onde tudo é objetificado? A obra nos golpeia com essas indagações, desafiando a apatia que muitas vezes aceitamos como parte da rotina.
Os leitores estão divididos: alguns exclamam a genialidade dessa análise crítica, enquanto outros sentem a obra como um tiro no pé da esperança. A verdade é que, quando a leitura termina, a sensação é de que não temos como escapar dessas questões. A transformação que a autora propõe nos atinge em cheio, e você sairá dela com uma nova perspectiva sobre o simples ato de ir ao supermercado.
Se a intenção de Desire Blum Menezes Torres era acender a chama da reflexão, ela certamente o fez com maestria. Não se trata apenas de comprar, mas de habitar, de sentir, de observar as pequenas coisas que muitos ignoram. Você, que devora as páginas em busca de entender a vida, tem um convite irrecusável: mergulhe de cabeça em Supermercado: um não lugar e descubra uma nova dimensão do que significa ser humano em meio ao caos consumista. 🛍✨️
📖 Supermercado: um não lugar
✍ by Desire Blum Menezes Torres
🧾 75 páginas
2014
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