Velhas fazendas - Arquitetura e cotidiano nos campos de Araraquara 1830-1930
Vladimir Benincasa
RESENHA

A história das velhas fazendas é, na verdade, um mergulho profundo nas raízes e nas memórias de um Brasil que, à primeira vista, parece distante, mas que ecoa nas tradições e nas lutas pela terra que conhecemos hoje. Velhas fazendas - Arquitetura e cotidiano nos campos de Araraquara 1830-1930, de Vladimir Benincasa, não é apenas um livro; é uma verdadeira ode aos cenários que moldaram nossa cultura, um convite a adentrar um universo onde cada tijolo e cada canto narram histórias de vidas, esforços e conquistas.
🌾 Ao folhear suas páginas, somos transportados para um período onde o cotidiano rural se entrelaça com as transformações sociais e econômicas da época. Com uma escrita envolvente e uma pesquisa meticulosa, Benincasa revela como a arquitetura das fazendas, longe de ser meramente funcional, é um reflexo das aspirações, das interações e das adversidades enfrentadas pelos que ali viveram. Esses lugares eram palcos de dramas pessoais e coletivos, onde o suor da labuta se misturava ao cheiro do café fresco e ao tilintar dos instrumentos de trabalho.
Mas o autor vai além, ofendendo a superficialidade de quem vê apenas paredes e telhados. Ele revela a importância destas construções, que eram mais do que moradias; eram centros culturais, sociais e econômicos. A cada análise arquitetônica apresentada, somos desafiados a perceber a relação intrínseca entre o espaço físico e as dinâmicas sociais que ali se desenrolavam. O que era viver e trabalhar nas fazendas de Araraquara? Quais eram os sonhos, os medos e as ambições das pessoas que erguiam essas estruturas? As respostas, cravadas em cada capítulo, são históricas e pessoais ao mesmo tempo.
🤔 Os comentários dos leitores são igualmente reveladores. Muitos destacam a habilidade de Benincasa em entrelaçar pesquisa e narrativa, enquanto outros enfatizam como a obra provoca reflexões sobre o nosso próprio cotidiano contemporâneo. Entretanto, críticas não faltam; alguns leitores sentem que a profundidade da pesquisa, em certos momentos, se torna densa e pode afastar os menos acostumados com a história. Contudo, o que poderia ser um obstáculo se transforma em um convite à imersão. Para aqueles que buscam entender a complexidade de nossas raízes, essa obra é uma chave - uma chave que pode abrir portas para conversas sobre identidade, memória e pertencimento.
🌍 À medida que nos aprofundamos nesta obra, a arquitetura das fazendas de Araraquara se torna uma metáfora rica e poderosa. A forma como essas edificações foram erguidas, reformadas e, muitas vezes, destruídas, fala sobre a fragilidade do patrimônio cultural e a importância de sua preservação. Há um fio condutor que liga o passado ao presente e nos impele a considerar: como estamos cuidando de nossa história?
Em um Brasil que busca incessantemente suas raízes em meio a tantas transformações, Velhas fazendas assume um papel de destaque. Não é apenas um livro sobre arquitetura; é um chamado à reflexão sobre quem somos e para onde queremos ir. A obra te provoca, te abraça e, acima de tudo, te instiga a não apenas ver, mas a sentir o peso da história que reside em cada fazenda, em cada esquina rural.
Ao final, fica a certeza de que a leitura de Benincasa é uma experiência transformadora. Ao fechar o livro, você não estará apenas mais informado, mas profundamente tocado pela maneira como a história e a arquitetura podem contar, como um único corpo, as lutas e os sonhos de um povo. 🏡✨️
📖 Velhas fazendas - Arquitetura e cotidiano nos campos de Araraquara 1830-1930
✍ by Vladimir Benincasa
🧾 403 páginas
2021
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