Velhota, Eu?
Luci Afonso
RESENHA

O título Velhota, Eu? da talentosa Luci Afonso não é apenas uma obra; é um grito de liberdade disfarçado de reflexão. Com um toque de ironia e uma pitada de sensibilidade, a autora tece uma narrativa que transcende a simples leitura e se transforma em uma viagem pela complexidade do envelhecimento e da autoaceitação. As páginas deste livro parecem se desdobrar como as memórias de uma avó sábia, que ao invés de transmitir só ensinamentos, propõe um diálogo profundo sobre o que é realmente viver.
Afonso, com seu estilo inconfundível, faz você sentir cada palavra como uma carícia ou uma bofetada. A forma como aborda o tema da velhice é um convite, quase um desafio, para encarar essa fase da vida não como um fardo, mas como um capítulo rico em nuances e possibilidades. O riso e a dor coexistem nas linhas, levando o leitor a questionar suas próprias percepções sobre a idade e a beleza do existir. Você encontrará ali personagens que são reflexos de suas próprias inseguranças e desejos, esboçando uma conexão íntima com suas inquietações.
Os comentários dos leitores sobre Velhota, Eu? revelam uma gama de emoções que vão da identificação à resistência. Há quem se divirta e se emocione, e outros que possam se sentir incomodados pela crueza com que a autora aborda a fragilidade humana. A verdade é que Luci Afonso não se esquiva de provocar. Ela apresenta a velhice como um período não apenas de declínio, mas de resiliência, de avanços e retrocessos, numa dança contínua com a vida.
E aqui está a beleza crua deste livro: ao abraçar a vulnerabilidade da velhice, Afonso nos convida a repensar nossas próprias vidas. Cada personagem é um espelho, refletindo as batalhas internas que muitos de nós lutamos em silêncio. Você já parou para pensar que a sabedoria não é um prêmio dado ao se chegar à terceira idade, mas uma conquista diária?
A obra também não deixa de ser uma crítica sutil à sociedade, que muitas vezes marginaliza os mais velhos, fazendo com que eles se sintam invisíveis. Afonso não apenas expõe essa realidade, mas faz você sentir a dor da exclusão. É impossível fechar Velhota, Eu? sem uma nova compreensão do quanto o sentido de comunidade e pertencimento é vital para todos nós, independentemente da idade.
A narrativa habilidosa de Luci Afonso não só entrelaça humor e reflexão, mas também toca em temas universais que reverberam no coração de cada um. Ao final da leitura, você será confrontado com uma nova perspectiva sobre o tempo, a herança que deixamos e, principalmente, sobre o ato de viver. Esta obra, com suas tensões e ternura, é um lembrete poderoso de que a grandeza da vida não está em escapar da velhice, mas em abraçá-la com toda a sua complexidade.
Desperte esse desejo ardente de mergulhar nas páginas de Velhota, Eu? e, quem sabe, transformar sua visão sobre o que significa envelhecer. A cada virada de página, novas lições e emoções aguardam, como pérolas de sabedoria esperando para serem descobertas. Não fique de fora dessa experiência transformadora! 🌟
📖 Velhota, Eu?
✍ by Luci Afonso
🧾 112 páginas
2006
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